A pandemia de COVID-19 aprofundou profundamente as desigualdades económicas e sociais já existentes, agravando a situação dos grupos mais vulneráveis. Neste vídeo exploramos como as consequências do confinamento atingiram especialmente trabalhadores informais, temporários e setores económicos mais frágeis, dificultando significativamente sua recuperação devido ao acesso limitado a apoios públicos e privados.
Analisamos também as desigualdades globais, destacando como países em desenvolvimento enfrentaram desafios críticos pela falta de recursos adequados em saúde e infraestruturas básicas. Na educação, o encerramento das escolas afetou particularmente crianças mais pobres, ampliando ainda mais a lacuna educacional entre classes sociais e comprometendo a mobilidade social futura.
Explicamos ainda o Índice de Gini, uma medida essencial para avaliar as desigualdades na distribuição de rendimentos. Com este índice, desenvolvido por Corrado Gini, conseguimos identificar claramente se um país apresenta baixos, moderados ou altos níveis de desigualdade económica.
Apresentamos também as tendências recentes reveladas pelo relatório “Pobreza e Exclusão Social em Portugal – 2024”, destacando que apesar da taxa de risco de pobreza ou exclusão social se manter estável (20,1%), houve um aumento absoluto de 20 mil pessoas nessa situação, indicando uma preocupante estagnação com tendência crescente.
Os dados mostram ainda uma transformação preocupante no perfil da pobreza em Portugal:
- A pobreza aumentou significativamente nas famílias unipessoais, especialmente entre homens idosos com mais de 65 anos (+27%), e crianças menores de 6 anos (+22,7%).
- As famílias monoparentais permanecem particularmente vulneráveis, com uma taxa elevada de 35,5% em risco de pobreza ou exclusão social.
- Cresceu também a pobreza em agregados com crianças dependentes, especialmente nas famílias numerosas, com três ou mais adultos (+1,8 pontos percentuais).
- Destaca-se ainda o fenómeno da “pobreza laboral”: aproximadamente metade das pessoas abaixo do limiar de pobreza (46,2%) encontra-se empregada, sobretudo nos setores dos serviços, vendas, operários e trabalhadores não qualificados.
- Houve uma leve alteração no perfil educacional da pobreza: uma ligeira redução da pobreza entre crianças cujos pais têm escolaridade baixa, contrastando com um leve aumento entre famílias com ensino superior, indicando que as dificuldades económicas estão a atingir também grupos tradicionalmente menos vulneráveis.
Este vídeo pretende sensibilizar e informar sobre as atuais dinâmicas da desigualdade em Portugal e no mundo, oferecendo dados concretos e incentivando o debate sobre políticas públicas que possam efetivamente combater estas realidades preocupantes.