A linha de Avaliação Multidimensional visa o desenvolvimento de instrumentos de avaliação geriátrica para diferentes finalidades, como o rastreio, a clínica, ou a investigação, assim como a avaliação da pesssoa idosa em determinados domínios ou determinadas condições. Existe um conjunto de instrumentos desenvolvidos por diferentes investigadores a nível internacional, mas para que os profissionais em Portugal possam utilizá-los de forma segura, estes devem ser testados, avaliados e sujeitos a escrutínio por parte da comunidade científica e profissional. Para além do desenvolvimento de instrumentos concretos surge a necessidade de se criar protocolos multidimensionais completos porque de facto os profissionais na área da gerontologia não trabalham com instrumentos isolados, mas com protocolos completos e adequados ao contexto onde são desenvolvidos. Foi este o motivo da criação do RNAR-75 e de outros protocolos completos futuros como o RAI/RUG.
Avaliação geriatrica
O rastreio tem evoluído como uma forma de prevenção das populações de risco, nomeadamente em pessoas idosas, que são consideradas um grupo de risco com um crescimento exponencial. Esta preocupação tem levado à criação de protocolos de rastreio orientados para a detecção de problemas associados ao envelhecimento. Neste sentido foi desenvolvido o RNAR-75. O Rastreio de Necessidades de Atenção Rápida -75 [RNAR-75] é um protocolo baseado num conjunto de escalas geriatricas, e de outros indicadores de vulnerabilidade das pessoas idosas. Trata-se dum instrumento de aplicação muito simples, abrangente e orientado para a sua aplicação as pessoas maiores não-institucionalizadas maiores de 75 anos. A versão actual é uma versão orientada para a investigação pelo que (i) apresenta num formato em que indicadores do mesmo construto podem estar repetidos em diferentes partes do protocolo, e ainda existem indicadores que não resultaram do ponto de vista das suas propriedades psicométricas. Outro tipo instrumentos de Classificação de Utentes são considerados instrumentos geriátricos que fazem uma ligação entre avaliação multidimensional do utente, procuram à parte de criação de planos de cuidados, para de seguida se poder fazer uma associação com indicadores de qualidade do serviço gerontológico e o sistema de financiamento do mesmo. Entre os instrumentos de classificação de utentes mais conhecidos encontra-se o RAI/RUG. Outro aspecto as pessoas com comprometimento cognitivo severo são um dos grupos com mais necessidades em termos de serviços, e caracterizam-se por precisarem de um sistema de avaliação e de programas de intervenção diferentes dos restantes utentes dos serviços sociais. O nosso objectivo é desenvolver instrumentos com sensibilidade elevada que possam ser úteis no campo da intervenção com pessoas com demência. Uma das orientações mais recentes em termos de avaliação da qualidade é conhecida como “orientação para o utente”. Este tipo de orientação tem como princípio fundamental o facto de colocar o utente do serviço no centro da avaliação do serviço, e não a entidade promotora. Muito recentemente surgiu o conceito de “orientação-para-o-utente” na gestão de serviços gerontológicos. Esta perspectiva utiliza a qualidade de vida como elemento a considerar na avaliação de necessidades, no plano de cuidados e na avaliação da qualidade do equipamento.